Banco de Portugal
Ano: 2010
Localidade: Lisboa
Os trabalhos arqueológicos e antropológicos inerentes ao projeto de
reformulação da sede do Banco de Portugal e remodelação da antiga Igreja de São
Julião para instalação do futuro Museu e Biblioteca Numismática, corresponderam
às expectativas geradas pela grande dimensão da intervenção, superior a 2000
metros cúbicos, e a natural riqueza arqueológica do subsolo da Baixa Pombalina,
tendo abrangido várias épocas cronológicas e permitido a recuperação de mais de
130 000 fragmentos cerâmicos, conjunto de onde se destacam as produções romanas
e medievais. Os resultados mais significativos centraram-se na identificação
dos níveis de praia de época Romana e Medieval e na identificação, pela
primeira vez, de um troço - mais de 40 metros de extensão e uma altura máxima
de 3,5 metros - da muralha mandada construir por D. Dinis em 1294. O
registo de um abundante conjunto de estacaria pombalina, com mais de duas
centenas de exemplares, sobre o qual assentam parcialmente as atuais
edificações, sendo um importante contributo para o conhecimento histórico da
Baixa Lisboeta. Na Igreja de S. Julião intervencionou-se uma necrópole da
primeira metade do século XIX, tendo-se procedido, ao levantamento de cerca de
três centenas de enterramentos, pautando-se pela ausência de estruturação de
sepulturas e consequente anarquia deposicional, com afetações frequentes de
enterramentos mais antigos. Sob esta necrópole foi parcialmente identificada a
planta da Igreja Patriarcal, destruída pelo terramoto de 1755.
Promotor: Banco de Portugal
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